calculo

Bruno Moisés Bordin

Esboço de Epílogo: Pois bem senhores, inicialmente eu gostaria de ressaltar que tenho certeza que nenhum dos presentes gostaria de estar aqui hoje. Nenhum dos presentes, na verdade, DEVERIA estar aqui hoje, não fosse pelo ato homicida covarde, cruel e desnecessário dos réus. Dirijo-me aos senhores jurados, não de maneira a lembrá-los do seu dever, pois tenho certeza de que são completamente imparciais e competentes, e estão inteiramente aptos para definir o futuro dos réus em questão... Longe de mim. Apenas pensem comigo sobre o que aconteceria se todos os exploradores tivessem saído da caverna com vida. Com toda a certeza estariam até agora comemorando com suas famílias e amigos, confortando, ao menos um pouco as famílias dos profissionais que faleceram na tentativa de salvá-los. Este pequeno consolo estaria contido no fato de que todo o esforço que os operários que morreram fizeram para desobstruir a entrada da caverna tinha valido a pena, e que mesmo que seus amados filhos, maridos, pais e etc., tivessem morrido em acidentes terríveis, tinham o feito por uma boa causa, morrido com honra e dignidade. Infelizmente todos nós sabemos que não foi assim que aconteceu, não apenas Roger, mas também todos aqueles operários foram vítimas da crueldade desnecessária dos réus, que além de dissimuladamente terem privado seu companheiro do direito a vida, infringindo CLARAMENTE a lei, tornaram em vão, todos os esforços feitos pelos profissionais que os salvaram. A partir desse momento a promotoria acredita que todos os fatos, repito, FATOS, foram expostos e reiterados de maneira aberta ao júri, e que estender mais a argumentação acabaria apenas retardar desnecessariamente a sentença, visto que acreditamos que está claro para todos os presentes que os réus são culpados. Assim sendo, a promotoria não tem mais nada a declarar e agradece a todos pela atenção a nós prestada.