Café no século xix

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A superação da crise regencial, a reorientação centralista e conservadora e a consequente estabilidade do Império a partir de 1850 encontram-se intimamente relacionadas à economia cafeeira.
Como vimos à estrutura econômica e social do Brasil não havia sido alterada com a emancipação política e continuava, em essência, tão colonial e escravista quanto fora durante o período colonial. Estruturada para a monocultura, a economia colonial e escravista no Brasil prosperou quando produziu uma mercadoria de grande aceitação no mercado europeu e, também, quando não era ameaçada pela concorrência. Assim aconteceu com o açúcar no passado e agora com o café, em meados do século XIX. Desenvolvendo-se principalmente no sudeste (Rio, Minas e São Paulo), a cafeicultura forneceu uma sólida base econômica para o domínio dos grandes proprietários daquela região e favoreceu, enfim, a definitiva consolidação do Estado nacional.
Graças ao amparo de um artigo como o café, de largas facilidades de produção no país e de considerável importância comercial nos mercados mundiais, aquela estrutura [tradicional], momentaneamente abalada pelas transformações sofridas pelo país na primeira parte do século, consegue se refazer e prosperar mesmo consideravelmente ainda por muito tempo.
O vale do Paraíba. A fixação do café no vale do Paraíba deveu-se às condições geográficas excepcionais: clima adequado, regularidade das chuvas, etc.
De 1830 a 1880, aproximadamente, toda a energia econômica voltou-se para o cultivo do café, que então era vendido, sem concorrência, ao mercado europeu em expansão. Tornou-se, por isso, o estabilizador da economia do Império, a ponto de se dizer, na época, que "o Brasil é o vale". Entretanto, a economia cafeeira não alterou os quadros sociais herdados do passado colonial. Ao contrário, ela fortaleceu a escravidão, a grande propriedade, a monocultura e a produção voltada para o mercado externo. Como no passado, a cafeicultura caracterizou se por ser uma

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