Burocracia
Ao direcionar tempo e dinheiro às exigências de um estado ineficiente, empresas contribuem menos do que poderiam ao desenvolvimento do país.
Derick Almeida
As empresas têm de alocar dezenas de funcionários só para lidar com a burocracia (Germano Luders/Exame)
A burocracia excessiva chega a impor perdas de até 1 milhão de reais ao ano ao faturamento das empresas brasileiras. A estimativa faz parte de uma pesquisa realizada pelo Ibope junto às associadas da Câmara Americana de Comércio (Amcham). As necessidades de cumprir exigências administrativas diversas dos mais diferentes órgãos do poder público; apurar e recolher dezenas taxas; buscar informações num ambiente de pouca transparência, entre outras obrigações; custam aos empresários não só dinheiro, mas também muito tempo. Enfim, há grande desperdício de recursos financeiros e humanos que poderiam ser devotados à construção de uma economia mais robusta.
O relatório Doing Business do Banco Mundial – que traz um ranking com 183 nações, das menos às mais burocráticos – comprova o quanto a burocracia no Brasil ultrapassa o que poderia ser considerado tolerável. Na pesquisa deste ano, o país ocupou a vergonhosa posição de nº 129, atrás de nações bem menos desenvolvidas, como a Nicarágua (117ª colocada) e a Suazilândia (115ª). Já o México – país com PIB e condição de desenvolvimento semelhantes aos nossos – ficou na 51ª colocação, superando o Brasil em todos os tópicos destacados na pesquisa.
O quadro, segundo o Banco Mundial, vem piorando. De 2009 para 2010, o Brasil regrediu em oito dos dez quesitos elencados pela instituição. Foram eles: a facilidade para registrar propriedades; a facilidade para obter permissão para construir; facilidade de acesso ao crédito; proteção aos investidores; encerramento dos negócios; facilidade de reforçar acordos comerciais; pagamento de impostos; e facilidade de importar e exportar produtos.
ANALISE.
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