Breve análise sobre o toyotismo: modelo japonês de produção
(por Marli Delmônico de Araújo Futata)
“Quanto mais o capitalismo avança, mais os empresários e seus servidores introduzem métodos sofisticados para aumentar a contribuição de cada trabalhador na criação de riqueza e reduzir a capacidade de resistência coletiva dos operários”. (Thomas Gounet, 1998).
A crise do final dos anos 1960 e início de 1970, que se estende até os dias atuais está relacionada à crise da estrutura do capital. As tentativas de resolver os problemas gerados pela crise do capitalismo são responsáveis por modificações importantes no campo do trabalho, como a introdução de novas tecnologias e aumento da exploração da classe operária.
Com a intensa recessão iniciada em 1973 quando a crise estrutural do capitalismo, a privatização do Estado, a desregulamentação dos direitos do trabalho e a falência do setor público estatal depois disso, um intenso processo de reestruturação da produção e do trabalho, que daria origem ao modelo flexível de produção. Nesse momento, instaura-se uma “guerra” entre os países considerados super potências, pela acumulação de capital, e a competitividade passa a ser a “arma” mais importante. O modelo de produção industrial fundamentado no princípio taylorista/fordista, de produção em massa, perde a exclusividade e iniciam tentativas para superá-lo. Vemos uma nova fase de expropriação (assédio moral) da mão-de-obra, a chamada acumulação flexível a partir do modelo de produção criado pelos japoneses, o toyotismo, e junto com ela a degradação das condições de trabalho, dos direitos trabalhistas e, por consequência dos trabalhadores.
TOYOTISMO: ORIGEM E CARACTERÍSTICAS
O engenheiro japonês Eiji Toyoda passou alguns meses em Detroit conhecendo a indústria automobilística americana nos anos 50, que utilizavam o sistema fordista de produção (produzir primeiro e vender depois quando já dispunham de grandes estoques), gigantescas fábricas, a quantidade de estoques,