Brasil no cenário economico
Walter Chaves Marim
A desvalorização cambial consolidada e absorvida pela economia brasileira trouxe um leque de possibilidades de expansão do mercado e, consequentemente, o desenvolvimento das atividades produtivas. A expansão de mercado para nossos produtos, viabilizada com a desvalorização do real diante do dólar, está assentada nos seguintes eixos:
a)crescimento da produção de produtos de exportação, uma vez que, diante da nova taxa de câmbio, os preços dos nossos produtos de exportação garantem maiores ganhos aos exportadores;
b)a desvalorização cambial garante maior poder de competitividade dos produtos nacionais com os importados. Assim, há estímulos à produção para atendimento ao mercado interno em substituição a grande parte dos produtos importados que se tornaram mais caros;
c)outra possibilidade de expansão do mercado interno está ligada a tendência de queda continuada da taxa de juros para o consumidor. É provável que em novembro e dezembro as taxas de juros para o consumidor final estejam ainda mais baixas que as taxas atuais. Isto irá, evidentemente, estimular ainda mais o consumo interno e expandir o mercado, mesmo sem a elevação da renda média dos trabalhadores.
O sucesso do governo em continuar reduzindo a taxa de juros vai depender também do cenário macroeconômico e não somente de medidas como a redução da taxa de depósitos compulsórios, uma vez que a expansão do crediário depende não só da redução das taxas de juros mas, também, de prazos de financiamentos mais dilatados. E isto só se consegue com expectativas positivas dos agentes econômicos em relação ao futuro desempenho da economia.
Acontece que, principalmente no caso de pessoas físicas, a decisão de tomar um empréstimo baseia-se mais no valor da prestação que, por sua vez, é determinado também pelo prazo.
As medidas do Banco Central são importantes para reduzir as taxas de juros na ponta, mas seu efeito prático sobre o movimento de vendas