Bordieu
No capítulo Modos de Produção e Modos de Percepção Artísticas do livro A economia das trocas simbólicas, o autor começa referindo-se às obras de artes “como produtos da atividade humana socialmente constituídos” que são capazes de transformar-se em alvo de diferentes percepções, desde uma percepção constituída de uma lógica próxima àquela desenvolvida na vida cotidiana, aplicada à percepção dos objetos cotidianos, a uma percepção estética que carrega em si um sistema de códigos específicos, com um significado socialmente estabelecido.
Se estabelece uma relação entre o que intensifica a apreciação da obra de arte, e as normas de abordagem artísticas estabelecidas em um contexto histórico-social, as quais funcionam como um sistema de códigos que conduz o campo da arte e que caracteriza o sistema dos bens simbólicos, no qual os códigos só são acessíveis a quem possui as categorias de percepção e de apreciação estética.
Segundo Bourdieu:
A apreensão e apreciação da obra de arte dependem tanto da intenção do espectador que, por sua vez, é função das normas convencionais que regem a relação com a obra de arte em uma dada situação histórica e social, como a aptidão do espectador em conformar-se a estas normas, vale dizer, de sua competência artística. (BOURDIEU,2009,p. 271)
Para Bourdieu a obra de arte é considerada como um bem simbólico pois ela só existe para quem conhece os meios necessários para fazer a sua leitura e interpretações corretas, ou seja, para quem domina o código