Resenha Fontes Ibiapina
Por: Gilciel de Lima Camelo
Nascido em Picos, na zona rural, no lugar chamado "Vaca Morta", a 14 de junho de 1921, filho de Pedro de Moura Ibiapina e Raimunda Fontes de Moura, fez o primário em sua terra natal e o secundário em Teresina, bacharelando-se em Direito, em 1954, pela velha Faculdade da Praça Demóstenes Avelino. Ainda como estudante dedicou-se por algum tempo ao jornalismo. Findo o seu curso de Direito, entra logo para a magistratura, sendo juiz em várias comarcas do Piauí, a última em Parnaíba, onde publicava semanalmente artigos de crítica nos jornais, exercia o magistério, participava de toda a vida intelectual da cidade, e como tal ajudou a fundar a Academia Parnaibana de Letras e foi um dos seus presidentes.
A obra em questão trata-se de um relato da vida sertaneja do interior do estado do Piauí. Fontes Ibiapina, conhecido por suas obras de cunho altamente regional e crítico aborda a vida sofrida de um povo morador de Sambambaia. Cidade calejada pela seca de 1932, nos primeiros capítulos, o autor se prende a narrar a esperança desse povo em haver chuva, mostra no decorrer do texto os diversos sinais da natureza para a existência do inverno. Conta de maneira detalhada as promessas, as crenças e a esperança de um povo fiel e temente a Deus. No entanto, além de apenas contar a história, Fontes Ibiapina participa dela. Descreve sua vida e a história de retirantes que passaram pela fazenda de seu pai, relata a situação desse povo que resolve sair de seu chão galgando novas oportunidades no estado do Maranhão.
Vida gemina em Sambambaia é também um retrato do povo real, não somente o fantasioso criado por Ibiapina. As críticas levantadas pelo autor rementem uma situação constante na vida dessas pessoas e que nunca é resolvida. Todo mundo esmorecido – 1932 plagiaria, ao pé da letra, com todos os efes e