Resenha Bordieu

Duas são as perguntas fundamentais para a obra de Pierre Bourdieu, “Os usos sociais da ciência”. São elas: “Quais são os usos sociais da ciência? ” e “É possível fazer uma ciência da ciência? ”. Por meio delas, o autor desenvolve o principal ponto de discussão do livro, que é baseado na análise dos papeis que possui a ciência perante as sociedades e as variadas formas de uso que os sujeitos fazem dela.
Para entender a obra e fazer uma análise de estrutura interna e da história da ciência, o leitor é conduzido ao conceito de “campo científico”. Segundo o próprio autor, o conceito de campo científico é bastante simples e que “para compreender uma produção cultural (literatura, ciência, etc.) não basta referir-se ao conteúdo textual dessa produção, tampouco referir-se ao conteúdo social contentando-se em estabelecer uma relação direta entre o texto e o conteúdo”. Em outro momento, Bourdieu explica também o conceito de campo científico como: "o universo no qual estão inseridos os agentes e as instituições que produzem, reproduzem ou difundem a ciência".
A partir disso, o autor demonstra quais são as suas prioridades para a ciência da ciência. No processo, ele deixa claro algumas críticas a correntes filosóficas que – assim como o marxismo, por exemplo – têm a necessidade de relacionar diversos campos do conhecimento, analisando a influência de elementos artísticos em fatos políticos ou de literatura em manifestações econômicas.
O leitor também é apresentado ao conceito de capital científico, o qual pode ser dividido em dois tipos: o temporal (ou político) e o prestígio pessoal (ou o capital científico puro)

http://www.sbpcnet.org.br/livro/62ra/resumos/resumos/2397.htm
http://ctsa1nect.wordpress.com/2013/01/31/os-usos-sociais-da-ciencia-por-uma-sociologia-clinica-do-campo-cientifico-pierre-bordieu/