Boneca de pano

As primeiras informações que existe a respeito de coleta de peças arqueológicas na região datam de 1883 e 1888, respectivamente no Monte Cunani e na vila Cunani, durante as obras de restauração de uma igreja. No entanto, a primeira expedição arqueológica ao local foi realizada em 1895, por Emilio Goeldi e Aureliano Pinto Lima Guedes.
A região por eles explorada situava-se entre os Rios Cunani e Cassiporé, em especial no igarapé do Holanda, afluente do primeiro. À beira desse igarapé, a 400m de distância de seu encontro com o Rio Cunani, no pico do monte Curu, foram encontrados dois sítios arqueológicos do tipo cemitério, cobertos por discos de granito. O elemento de identificação do local era uma pedra também de granito, lavrada de forma piramidal, situada entre os discos mencionados.
Outros pesquisadores estiveram nessa região posteriormente, sendo os estudos mais relevantes atribuídos a Nimuendaju, que encontrou material de interesse no Monte Ukupi, às margens do Rio Uruacá, e também no Monte Mayé, perto da Costa Sul do Rio Cunani; posteriormente há também referências aos achados de Eurico Fernandes, em Vila Velha.
A avaliação do material encontrado, no entanto, aponta diferenças significativas entre eles e os achados do Igarepé do Hollanda, levando posteriormente a uma divisão da ocupação pré-colonial no Estado nas fases. A arqueologia no Estado do Amapá, por culturas ou tradições também diferenciadas. O que hoje se estuda e identifica como “coleção Cunani” são as peças e fragmentos encontrados nos dois sítios cemitérios descobertos por Goeldi e Lima Guedes, no finaldo século XIX, no Monte Curu, junto ao Igarapé do Hollanda.
A característica mais marcante desses sítios é o fato de terem sido escavados como poços artificiais na forma de uma bota, diferentemente de todos os outros túmulos subterrâneos encontrados por arqueólogos no país. Trata-se de um poço com cerca de 2m de profundidade por 1,20m de diâmetro, dotado de uma câmara lateral, com uma abóbada na