Emília : um Olhar sobre a Boneca de Pano
BONECA DE PANO
Índice
Página
Introdução
02
A boneca-gente Emília
04
Boneca?
04
A Transformação
05
A “boneca” conta a própria história
06
Uma boneca muda o mundo
06
O Nome Emília versus o Ser Emília
08
O poder da palavra
08
Conclusão
10
Bibliografia
11
2
Introdução
O presente trabalho visa a analisar alguns aspectos da personagem Emília, a boneca falante que é uma das figuras centrais da obra infantil de Monteiro Lobato.
Sendo inicialmente apenas uma boneca de pano, adquire o dom da fala e faz jus a ele, passando a dizer tudo o que lhe vai à cabeça, a despeito da opinião de qualquer um à sua volta, ou do impacto que suas palavras causarão.
Emília também é aquela que faz o que quer, vai aonde quer – sempre a seu próprio modo, em seu próprio tempo. Raríssimas vezes tem medo – ou, ao menos, não o demonstra. Ousa, ignora barreiras, ultrapassa-as e causa espanto.
O que ela é, quem ela é e o efeito de sua presença no Sítio e em qualquer lugar por onde passe serão abordados a seguir.
3
A Boneca-Gente Emília
“(...) Emília, uma boneca de pano bastante desajeitada de corpo. Emília foi feita por Tia Nastácia, com olhos de retrós e so1 brancelhas tão lá em cima que é ver uma bruxa.”
Assim nos é apresentada Emília, uma boneca de menos de dois palmos de altura, mal-desenhada de rosto, costurada de um pedaço de saia e recheada com macela. Companheira de uma menina de sete anos, que mora com a avó e a empregada em um sítio distante e que tem por passatempos favoritos subir em árvores para comer frutas, sentar à beira do riacho e conversar com sua bruxinha de pano.
O mundo de Emília, até agora, lembra a típica paisagem de interior, em que tudo passa lentamente como no poema de Drummond:
Cidadezinha qualquer
Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.