Politica
Não basta ficar num nível abstrato. Mas, a partir da própria Bíblia é preciso ver a questão de maneira concreta, e encontrar outras alternativas mais eficazes e mais justas em defesa da vida, e da segurança do povo.
Deus quer a vida
Uma primeira perspectiva é a maneira de ler a Bíblia. Ali encontramos leis de defesa dos antigos clãs, e de defesa contra a idolatria. Esta defesa era a manifestação de progresso da consciência e da subsistência do povo diante de outros povos dominadores. Tais leis não podem ser tomadas como um absoluto normativo. São a expressão da evolução da consciência moral. Elas são uma pedagogia para compreender a real vontade de Deus que se manifesta no “não matarás”, e na defesa da vida e da dignidade humana. E do mesmo modo a lei de Talião não seria uma selvagem regulamentação da vingança. Ao contrário, é uma das primeiras manifestações do sentido da justiça: a retribuição deve ser feita na medida mesmo do dano. Se lhe firo um olho, é um olho que lhe devo. A lei de Talião exprime a antiga antropologia (olho, mão, pé), e mostra que a justiça envolve toda a dignidade humana, e deve ser a base das relações sociais.
Uma esclarecida leitura da Bíblia mostra que o respeito à vida e à prática da justiça integral é o eixo da compreensão da sociedade, e da fonte das leis positivas. É por isso que o amor ao inimigo, o perdão e o amor libertador e eficaz serão as características da “nova justiça” que haverá de caracterizar os discípulos seguidores de Jesus Cristo (cf. Mateus 5,20; Mateus 5,40-48).
A mensagem bíblica se expressou em um meio cultural e social bem