Boneca De Pano
Mamãe Noel abriu um baú preto, mexeu nas coisas e tirou lá no fundo um grosso livro cuja capa estavam escritas estas palavras: As mais belas bonecas do mundo.
Mamãe Noel foi passando as páginas vagarosamente. Fazia tanto tempo que não via aquele livro! Estava com saudades daquelas bonecas que tinham dado tanta alegria as crianças de outros tempos Tão bonitas, tão fofas, tão meigas!
Eram feitas a mão, com pano, agulha e linha, uma de cada vez, do jeito mesmo como os nenezinhos são feitos na barriga da mãe.
Mas agora as crianças preferiam bonecas magrelas, duras e de plástico, que se fazem nas fábricas. Bonecas que se compram nas lojas... Mamãe Noel enxugou uma lágrima, mas logo sorriu.
Felizmente havia uma menina que se lembrava das bonecas mais lindas do mundo.
Mamãe Noel olhou para um molde e parou. Era uma boneca de rosto redondo, olhos pretos, um lindo sorriso, dois dentinhos aparecendo, feito os dentinhos da Mônica, e com um avental branco e de bolinhas vermelhas. Era uma doçura de boneca!
- Esta é uma boneca feliz – ela disse. – Drizela também vai ficar feliz. É essa que vou fazer.
Dizendo isto, pegou tesoura, agulha, linhas, panos, e se pôs a trabalhar.
Semanas se passaram. Drizela marcava os dias no calendário. Até que a véspera de Natal chegou.
Drizela foi para a cama sonhando com a boneca mais bonita de todas que uma cegonha de Papai Noel lhe traria durante a noite.
A manhã chegou. Drizela acordou. Olhou logo para o sapato. Lá estava a boneca.
- Droga! – ela disse com um grito de raiva. – Não era essa boneca que eu queria. Todas as meninas sabem que a boneca mais bonita de todas é a Barbie. Papai Noel burro! Imagine vou se vou brincar com uma boneca de pano! Todas as minhas amigas vão rir de mim!
E com essas palavras, depois de dar na boneca uns safanões e beliscões, jogou-a num canto do quarto, atrás da porta, para que ninguém a visse.
Drizela não percebeu. Mas, ao fazer isto, uma mudança aconteceu no rosto da bonequinha de pano: ela