Cap Tulo XXI
O capítulo tem início com uma referência aos reis, que são tal e qual como os homens comuns, evoluem com o tempo; aos filhos do rei, D. Maria Bárbara e D. José. D. João V pensava em construir uma cópia da Basílica de S. Pedro de Roma. No dia seguinte, de modo a cumprir o seu desejo, o rei mandou chamar o arquitecto de Mafra, João Frederico Ludovice e transmitiu-lhe a sua ideia. Ludovice considerou tolo e néscio o pedido do rei, porque era algo impossível de concretizar. Mas, como nunca se pode dizer que não a um Rei, tentou justificar-se dizendo que a Basílica de S. Pedro demorou cento e vinte anos a construir e que uma igual no seu reino demoraria pelo menos duzentos e quarenta anos; portanto, muito provavelmente nem ele, nem os seus filhos ou netos iriam chegar a ver a grande obra terminada. Deste modo, Ludovice deixa o rei num estado de melancolia, acabando por desistir da ideia. Consequentemente, D. João V teve imediatamente a ideia de aumentar o número de frades do convento de Mafra de oitenta para trezentos, o que trouxe a necessidade de aumentar o convento. O rei juntou-se com o provincial dos franciscanos da Arrábida – que o elogiou bastante – o almoxarife e Ludovice. Antes de Ludovice se pronunciar o rei determinou novas ordens sobre Mafra e assim todos os responsáveis da obra compreenderam o custo e trabalho que iriam ter, principalmente devido ao grande monte que se encontrava a nascente e que iria ser arrasado. Durante grande parte do capítulo o Rei sente-se muito receoso e com tremendo medo de morrer antes de ver a sua obra feita. Em consequência, decide marcar a sagração da basílica de Mafra para um dia especial, o dia dos seus anos, precisamente um Domingo dois anos depois, dia 22 de Outubro de 1730. Quando Ludovice e o doutor Leandro de Melo chegam informam-no de que provavelmente a obra não estaria pronta a tempo. Então, o soberano manda chamar novamente os secretários pois quer saber em que data voltaria o seu aniversário a cair num