biomas
As tradicionais imagens da caatinga e do semiárido nordestino, com solos secos e rachados e plantas de pequeno porte, muitas vezes deixam de revelar a extrema complexidade e diversidade do bioma. Suas paisagens refletem um clima de forte insolação, temperaturas elevadas na maior parte do ano, solos pedregosos, chuvas escassas e irregulares, com secas periódicas. Parte dos rios é intermitente e sazonal; as exceções são os caudalosos Parnaíba e São Francisco.
Como salienta o professor Aziz AbSaber, cerca de 85% do espaço total do Nordeste seco se estende por depressões interplanálticas, situadas entre antigos maciços cristalinos e chapadas eventuais, sob a forma de incontáveis colinas sertanejas. Essas colinas são sulcadas por rios e riachos intermitentes, em climas quentes e relativamente secos. Mas a diversidade de solos e a presença de serras e brejos denotam também a presença de áreas mais úmidas. O inverno seco dura de cinco a oito meses, com maior precipitação no verão, mas irregulares no tempo e no espaço.
Na região, massas de ar descendentes, mais secas e orientadas para a superfície, impedem a ascensão de ar indispensável à formação de nuvens e ocorrência de chuvas. Completa esse quadro natural a cobertura com vegetação arbustivo-arbórea e, mais raramente, arbórea. De origem tupi-guarani, caatinga significa mata branca. São pelo menos 12 tipos de coberturas, desde matas secas (caatinga arbórea) até caatingas abertas, capoeiras e extensões de arbustos baixos. As folhas miúdas, as cascas grossas e as hastes espinhentas são adaptadas à evapotranspiração intensa, tendo algumas plantas sistemas para armazenamento de água, como o mandacaru, xique-xique, barriguda e umbuzeiro. São pelo menos 930 espécies de plantas, sendo 380 endêmicas. Na região existem pelo menos 510 espécies de aves, das quais 470 se reproduzem localmente - dependem da vegetação para sobreviver. Há também ali grande variedade de cobras e