Bioetica
O Homem actual continua com a (e pela) ciência, a gozar das inovações que quase diariamente ela lhe proporciona, a acreditar no seu potencial benéfico, a investir no seu fomento, a aceitá-la como indiscutível e dogmático factor do seu próprio desenvolvimento. Mas o uso de algumas descobertas científicas, vieram demonstrar que a ciência nem sempre se faz a favor, mas algumas vezes contra o Homem. A ficção tornou-se realidade e ao Homem parece nada ser impossível. Os únicos limites apontados à ciência são os que ela própria encerra, decorrentes de conhecimentos ainda não plenamente desenvolvidos e capacidades ainda não totalmente dominadas. Mas estes limites intrínsecos à ciência afinal são sempre provisórios e ultrapassáveis. É neste progresso desenfreado que urge dominar, orientar o seu desenvolvimento, o que exige o estabelecimento prioritário de limites nas área de investigação a empreender. O problema do aparente irreprimível progresso científico e tecnológico vem a ser travado pela bioética, entendida então primariamente como um meio de imposição de limites à ciência, através da criação de orientações diversas de pensamento e de acção que determinam modos de pensar e agir, de interpretar e de intervir, às vezes bem distintos entre si, e de normas que regulamentam algumas intervenções.
O problema que se evidencia então como prioritário é o de defender a dignidade do Homem, de preservar a sua identidade face ao perigo eminente da sua artificialização.
O presente trabalho visa fornecer uma introdução à compreensão global dos aspectos filosóficos da Bioética em face dos avanços tecnológicos/científicos no âmbito das pesquisas que utilizam o ser humano como objecto. Enfrenta também a actual situação do direito em torno do tema, eis que o mesmo não tem conseguindo acompanhar o ritmo das mudanças e novidades trazidas pela globalização, é importante frisar que o termo bioética vem do grego (bios, vida + ethos, relativo à ética) é o estudo