O conceito de Região e suas discussões
O autor afirma que a denominação região remonta os tempos do Império Romano, quando a palavra regione era utilizada para designar áreas, independentes ou não, que estavam subordinadas ao Império e que alguns filósofos interpretam este conceito como a necessidade de centralização do poder e a extensão dele sobre uma grande diversidade de cultura e sociedade e de uma certa maneira submetidos à ordem hegemônica de Roma.
Com o fim do Império Romano e o reforço da Igreja reforçando a divisão local seguiu-se o processo de subdivisão de áreas que fortaleceu o poder feudal. Gomes cita que também neste caso há a expressão da centralização do poder.
Na Europa o autor coloca que há ainda a centralização, mas que está ligada a um conceito de região na Antiguidade Clássica, e se refere à relação entre centralização, uniformização administrativa e a diversidade espacial, diversidade física, cultural, econômica e política, sobre a qual este poder centralizado deve ser exercido.
Gomes, por meio de uma discussão histórica entende que há três grandes debates que contribuem para as discussões geográficas no tema como permeando debates de noções de região natural e de região geográfica e o peso à região natural, como região quantificada e analítica e região como realidade auto-evidente e como a possibilidade de mutação dos critérios de definição do espaço.
Nos últimos dois séculos surgiram os conceitos de região natural, região geográfica, região homogênea, etc. As discussões que passam a ser travadas sobre eles acabaram provocando debates nos quais o tema predominante passou a ser “a natureza, o alcance e o estatuto do conhecimento geográfico.
É interessante enfatizar que, conforme Gomes, a globalização parece concretamente não ter conseguido suprimir a diversidade espacial, talvez nem tenha diminuído. E ainda que o mais provável nesta nova relação espacial entre centros hegemônicos e as áreas sob suas influências tenham surgido novas