geografia
Luiz Alexandre Gonçalves Cunha
O espaço está na ordem do dia. Em grande parte, em virtude do processo de globalização e de alguns dos seus corolários, como a homogeneização social e a fragmentação regional. Nesses termos, ganha grande importância a discussão sobre o embate do global versus local. O eixo das discussões parece passar por algumas questões que podem ser resumidas da seguinte forma: o processo de globalização, que significa a difusão e a consolidação de uma ordem ou modelo social único, resultará no fim da importância que sempre tiveram as ordens ou modelos sociais regionais e locais, ou esses modelos conseguirão sobreviver via diversas formas de resistências e adaptações ? Ou, ainda, se ordens e modelos regionais e locais influenciarão decisivamente o “modelo consensual” ?
Dessa forma, além de ser importante entender o “modelo consensual”, classificado predominantemente como modelo neoliberal, torna-se fundamental a compreensão dos modelos regionais e locais. Ou seja, a diversidade sócio-territorial volta a ser um assunto digno de pesquisas e estudos, o que provoca a revalorização do espaço nas teorias sociais críticas e não críticas.
Assim, dessas teorias vêm resultando concepções de desenvolvimento que incorporam a dimensão espacial, entre as quais se destacam as concepções de desenvolvimento territorial, sócio-espacial e local. Essas concepcões gestadas nas universidades e centros de pesquisa, acabam por influenciar políticas públicas governamentais ou nãogovernamentais, as quais procuram incorporar uma preocupação com a diversidade sócio-territorial, através de uma atenção com os modelos regionais e locais, que se sustentam, em grande medida, em fatores internos, como uma identidade cultural comunitária, mercados e fluxos geoeconômicos específicos, em recursos naturais, humanos e sociais próprios e em uma determinada configuração político-ideológica. É nesse
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