geografia
RESENHA
MOREIRA, Ruy. Para onde vai o pensamento geográfico? Por uma epistemologia crítica.
São Paulo: Contexto, 2006
Lucas Maia dos Santos - UFG maiaslucas@yahoo.com.br Em estilo rápido, didático e conciso, Ruy Moreira, com seu mais recente Para Onde Vai o Pensamento Geográfico? aborda de maneira crítica e inovadora a história, a epistemologia e a metodologia do pensamento geográfico, fazendo uma análise dos rumos que a ciência geográfica na contemporaneidade está trilhando. Introduz o livro com a crítica da “razão fragmentária”, forma de organização do pensamento em geral e das ciências em particular, fundamentada no positivismo.
A resposta a este tipo de concepção do saber produziu na geografia o que ele denominou de modelo N-H-E (natureza-homem-economia). Entretanto, mesmo sendo uma resposta, segue reproduzindo o modelo fragmentário, já que a natureza é máquina, o homem é estatístico e a economia é fragmentada. Deste modo, para estabelecer-se uma
“geografia da civilização” sem a estrutura N-H-E é necessário, em primeiro lugar, fazer-se a crítica da geografia baseada neste modelo.
A história do pensamento geográfico seguiu, em linhas gerais, três períodos bem característicos: a) A baixa modernidade e o holismo iluminista dos séculos XVIII e XIX; A modernidade industrial e a geografia fragmentária dos séculos XIX e XX; e c) A ultramodernidade e a tendência pluralista atual.
BGG
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MOREIRA, Ruy. Para onde vai o pensamento geográfico? Por uma epistemologia crítica
Lucas Maia dos Santos
O primeiro período caracteriza os prenúncios da geografia moderna e se constitui basicamente de dois momentos: um primeiro no qual o geógrafo alemão Foster e o filósofo também alemão Emmanuel Kant trazem os primeiros elementos teóricos (Kant) e metodológicos (Foster) para uma compreensão moderna da geografia; e num segundo momento, no qual Humboldt e Ritter, “os reais precursores da geografia moderna” (Moreira, 2006, p.20),
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