Bilinguismo
BILINGÜISMO E EDUCAÇÃO BILÍNGÜE – DISCUTINDO CONCEITOS
Antonieta Heyden Megale1 antonietaheyden@hotmail.com
1. INTRODUÇÃO O conceito de bilingüismo e também de educação bilíngüe é complexo e pode envolver várias dimensões ao se definirem. O objetivo deste trabalho é propor uma reflexão e uma redefinição de bilingüismo e educação bilíngüe. Termos estes que se tornaram não só difíceis de conceituar, mas também sujeitos a definições um tanto quanto divergentes. Para tanto, este trabalho se apresenta dividido em duas partes: na primeira, são discutidos os diferentes conceitos e as diversas definições de bilingüismo, partindo de concepções unidimensionais como a de Bloomfield (1935), Macnamara (1967) e Titone (1972), em direção a definições multidimensionais como a de Harmers e Blanc (2000); e na segunda parte, é definido o conceito de educação bilíngüe, descrevendo diferentes propostas como a de Harmers e Blanc (2000) e Mackey (2001).
2. BILINGÜISMO A noção de bilingüismo tornou-se cada vez mais ampla e difícil de conceituar, a partir do século XX. A primeira vista, definir o bilingüismo não parece ser uma tarefa difícil. De acordo com o dicionário Oxford (2000:117) bilíngüe é definido como: “ser
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Universidade São Judas Tadeu.
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capaz de falar duas línguas igualmente bem porque as utiliza desde muito jovem”. Na visão popular, ser bilíngüe é o mesmo que ser capaz de falar duas línguas perfeitamente; esta é também a definição empregada por Bloomfield que define bilingüismo como “o controle nativo de duas línguas” (BLOOMFIELD, 1935, apud HARMERS e BLANC, 2000:6). Opondo-se a esta visão que inclui apenas bilíngües perfeitos, Macnamara propõe que “um indivíduo bilíngüe é alguém que possui competência mínima em uma das quatro habilidades lingüísticas (falar,