betoneira
Não há como falar do trabalho no corte de cana e negar o árduo e sofrido trabalho dia a dia dos trabalhadores rurais, pois passam o dia expostos ao sol que chega a atingir a temperatura de 40°C em época de safra, se expõem também a intoxicações por agrotóxicos, acidentes com animais peçonhentos e com seus próprios instrumentos de trabalho (facão, cana). O ambiente de trabalho em muitos casos não é adequado com os locais de depósito de marmitas, garrafas de água e café, que devido essa inexistência leva o alimento à deteriorização. Durante sua jornada de trabalho o cortador de cana se movimenta o tempo todo com os mesmos gestos exaustivamente repetitivos, desde abraçar o feixe de cana para cortar até o empilhamento da cana nos montes. Esses gestos repetitivos levam o trabalhador a perder a sua atenção aumentando a possibilidade de ocorrência acidentes. O corpo do trabalhador sofre um desgaste e são muito comuns as queixas de dores na coluna vertebral, dores de cabeça dentre outras. Tudo isso são apenas alguns fatores que contribuem para o desgaste físico que prejudica a saúde do trabalhador. Cabe ressaltar que os mesmos são submetidos ao processo de produção, no qual os levam ao excesso de trabalho, acarretando dores no corpo, falta de ar, desmaios e alguns até a morte, sendo estas muitas vezes clandestinas e silenciosas. A presente pesquisa está direcionada aos trabalhadores ligados ao corte da cana de- açúcar e que residem no município de Pacaembu/SP, estando vinculados ao sindicato rural local. Tendo como base dados obtidos através de entrevistas com trabalhadores ligados à instituição sindical ora mencionada, observou-se que as queixas relacionadas com problemas de saúde (físico/psíquico – consideram o acidente de trabalho, em função da proposta engendrada) denotam significativo aumento. Os determinantes deste fenômeno são diversos, entre eles destacam-se: o ambiente de trabalho precário; o desgaste físico e