benedito calixto
Pedro Américo e Benedito Cali:no: a construção do imaginário paulista
Lúcia Lippi Oliveira
Benedito Calixto e a construção do imaginário republicano
Caleb Faria Alves
Bauru, Sp, Edusc, 2003.
Para começar, posso dizer que minha curiosidade a respeito de Benedito
Calixto foi aguçada quando conheci, na cidade de São Paulo, a praça com seu nome, onde acontece uma feira de antiguidades cercada por lojas de decoração e arquitetura de interiores. A partir de então, Benedito Calixto começou a fazer parte dos meus interesses. Quando tomei contato com o trabalho de Caleb Faria
Alves, primeiro em um encontro da Anpocs em 2001 e depois com a publicação de seu livro, pude conhecer melhor Benedito Calixto e apreciar um importante trabalho de pesquisa no campo da sociologia da arte.
O trabalho de Caleb foi originalmente apresentado como tese de douto rado em sociologia na USp, tendo como orientadora Maria Arminda do Nasci-
Nota: Lúcia Lippi Oliveira é pesquisadora do CPDOC/FGV.
Estudos Históricos, Rio de Janeiro, nO 38, julho·dezembro de 2006, p. 120·127.
120
Pedro América e Benedito Calixto
mento Arruda, que também assina o prefácio do livro. Maria Arminda qualifica, com razão, esse trabalho de "fino artesanato", pela articulação entre a trajetória de Benedito Calixto (pintor e membro do Instituto Histórico e Geográfico de
São Paulo, criado em 1894), o momento artístico no Brasil do fim do século XIX e a construção da hegemonia paulista durante a Primeira República.
Caleb considera Benetido Calixto, nascido em Itanhaém (1853) e faleci do em São Paulo (1927), um dos pintores mais conhecidos pelo grande público, já que suas telas estão reproduzidas em livros didáticos, cadernos e publicações comemorativas do estado de São Paulo. Perdura, entretanto, uma controvérsia sobre sua pintura: teria ele expressado a natureza tropical paulista, ou seria um plagiador decadente dos mestres acadêmicos brasileiros e franceses? A dificul