Beijo Elétrico
A eletricidade foi estudada primeiramente em climas secos. Quando a umidade é baixa, os corpos adquirem cargas elétricas com facilidade, e os fenômenos elétricos são fáceis do estudar. Já quando está úmido, os isolantes elétricos deixam de isolar, conduzem as cargas, e os corpos não ficam carregados. Em São Paulo, por exemplo, onde o ar costuma conter bastante umidade, é muito difícil uma pessoa que anda sabre um tapete de náilon ficar eletrizada e fazer saltar uma faísca quando toca em outra, ainda que levando um choque. No entanto, esse fenômeno ocorre facilmente no inverno europeu em uma sala aquecida por uma lareira. Um investigador inglês no século XVII descrevia a força de repulsão que observou entre duas meias de lã que tirou dos pés, no inverno; ele usava dois pares de meias por causa do frio, e a atrito de um com o outro na hora de tirar eletrizou-os. No século XVIII faziam-se brincadeiras com estes fenômenos. Havia conferencistas- demonstradores que viajavam de cidade em cidade, para mostrar os novos efeitos descobertos e falar sabre eles. A eletricidade era produzida por máquinas que causavam atrito entre materiais diferentes, por exemplo, vidro e pele de gato, e era armazenada em peças metálicas isoladas, isto é, apoiadas somente em isolantes. Em uma das brincadeiras, uma jovem ficava sobre uma plataforma isolante de madeira o tocava um terminal da máquina. Se um rapaz ousasse beijá-la, levavam ambos um choque. Havia também tentativas de utilizar a eletricidade para fins mais úteis, como curar dor de dente e certas doenças, mas os efeitos não eram seguros. Em 1800, Alessandro Volta, na Itália, descobriu um método do produzir quantidades muito maiores de carga elétrica do que as máquinas existentes, em um dispositivo que chamou de pilha elétrica, em que um ácido reage quimicamente com metais, carregando-os. A descoberta de Volta foi rapidamente assimilada, principalmente na Inglaterra e na França, e mudou os rumos da ciência