Cartografia das manifestações de 2013
CURSO DE PSICOLOGIA
Psicologia Institucional
Mariana Junges
Relato cartográfico O Brasil tem vivido momentos de grandes manifestações populares, e na cidade de Pelotas já ocorreram duas, sendo a última no dia 26/06. A prévia da segunda manifestação me gerava uma série de dúvidas e medos em relação àquele momento – que indica ser histórico -, ao mesmo tempo em que me despertava a vontade e esperança por mudança. Ver as indignações compartilhadas e compreender a força que esse compartilhamento gera é, no mínimo, dispositivo motivador. Logo que cheguei, vi que a manifestação não reunia tanta gente quanto à primeira, mas o que me incitou foi “Qual é o fator que une essas pessoas?”, “Há esse fator?”, de modo que várias pessoas expressavam insatisfações diferentes nesse mesmo ato. O discurso pode ser de que a representação das insatisfações é o recurso congregador e de que há vários problemas a serem discutidos, contudo é de importância avaliar para onde se caminha e de que modo se quer chegar. Visto isso, é necessário que a diversidade de “pautas” seja analisada para que não se torne falta de objetividade, tampouco pauta individual. Imagino que se por um lado, a heterogeneidade de propostas e a falta de uma liderança nos movimentos representa a possibilidade de uma relação horizontal entre os sujeitos (como um movimento autogestionário); por outro, a falta de direcionamentos aponta para o risco de causas conservadoras se apropriarem do movimento.
Havia uma espécie de caminhão/trio elétrico entre a multidão, de onde surgiam palavras de ordem e discursos. Tinha em mãos um cartaz com a frase “Consideramos justa toda a forma de amor. Não à cura gay”. De um modo geral, a situação me sensibilizou e emocionou. As pessoas mobilizadas, soando gritos pela autonomia do próprio corpo (como as causas feministas e dos homossexuais) como “eu beijo homem, beijo mulher, tenho direito de beijar quem eu quiser”, “o corpo é da mulher, ela dá