Barroco nordestino
Seu surgimento na Itália, ainda no século XVI, sob a influência do Concílio de Trento (realizado de 1545 a 1563) e da Contra Reforma, é visto por muitos autores como um desdobramento da arte do Renascimento.
No início do Barroco, formas antes consideradas belas e “clássicas” passaram a ser repetidas à exaustão, “à maneira” dos grandes mestres. Por isso, sua primeira fase é denominada, por alguns historiadores da arte, de Maneirismo.
No Brasil, o Barroco foi, em parte, o testemunho da riqueza proveniente do cultivo do fumo e da cana-de-açúcar e da extração de madeiras, entre os séculos XVI e XVIII, e do garimpo de ouro e pedras preciosas, durante todo o século XVIII e inícios do século XIX.
No entanto, houve diferenças entre o Barroco das áreas mineradoras do Sudeste e aquele que surgiu no Nordeste. O primeiro era, essencialmente, dedicado à glorificação da fé, enquanto o segundo se ligou à consolidação da ocupação territorial.
Existem claros contrastes entre o Barroco que surgiu no litoral da região Sul e nas áreas pobres do Sudeste e do Centro-Oeste, contrapondo-o àquele das regiões mineradoras e das áreas litorâneas do Rio de Janeiro e também do Nordeste, enriquecido pelo açúcar.
O Barroco de Minas Gerais era rico e cheio de rebuscamentos, mas o do interior de São Paulo e Mato Grosso mostrou-se simples e acanhado, pois surgiu em áreas periféricas dos centros mineradores.
Contudo, mesmo no litoral nordestino existem diferenças: os dois maiores centros da região, Salvador e Recife, foram cidades importantes na administração colonial, enquanto as outras capitanias nordestinas, nos séculos XVI, XVII e XVIII, orbitavam em sua área de influência econômica e política.
Na verdade, penso que