Se deus e por nos... num importa quem seja contra...
Período artístico que, no Brasil, iniciou-se nos séculos XVII e XVIII, a partir do ciclo do ouro. Envolveu todas as atividades culturais e foi a primeira escola artística que conseguiu formular expressões tipicamente brasileiras, símbolos do nascente sentimento nacionalista. O barroco brasileiro caracteriza-se pelo movimento sinuoso das formas, pelo jogo dos opostos, pela luz tangente e pela exuberância dos detalhes e de ornamentos.
O Barroco, apesar de ter sido iniciado na Bahia, com o chamado Barroco Açucareiro, teve em Minas o seu ponto alto como arte, quer seja na escultura, arquitetura, pintura ou música. Com o Barroco Açucareiro, fica o mérito da literatura, com nomes como Gregório de Matos Guerra (1633-1696), também conhecido por Boca do Inferno, por sua poesia satírica, que condenava os alicerces sociais da Bahia na segunda metade do século XVII, e Pe. Antônio Vieira, maior representante da oratória sacra em língua portuguesa.
O barroco brasileiro apresenta peculiaridades que o diferenciam do barroco europeu. A arte barroca de Minas Gerais revela grande proximidade com a arte das cidades portuguesas de Braga e do Porto. O barroco mineiro acabou por sobrepujar ao da metrópole, especialmente nas obras de Aleijadinho, em Congonhas do Campo e Ouro Preto. O Barroco tornou-se a verdadeira expressão de liberdade, em uma fase de dominação e opressão. Consistiu na possibilidade de infringir as regras trazidas pelos europeus e criar soluções inesperadas. A integração das artes, característica do barroco mineiro, só foi possível com um trabalho sistemático de equipe, experimentando materiais locais e suas aplicações ideais. Os aperfeiçoamentos na arte de construir foram sucessivos. As irmandades estimulavam o surgimento dos artistas, especialmente na região das minas. A sociedade tornou-se mais flexível, menos rígida e menos preconceituosa com os artistas mulatos e caboclos. Criou-se uma consciência profissional e nacional. Arquitetos e mestres