Barroco classicismo
O autor constata a dificuldade em traçar fronteiras e afirma que o pior erro “é deixar-se seduzir pelo prestígio das etiquetas e torturar-se para saber se uma determinada obra merece ser chamada de maneirista, em razão das formas que apresenta, ou barroca, porque pertence ao período em que as grandes obras primas do barroco já tinham surgido”.
Tomando em conta que suas palavras prefaciam a segunda edição de seu livro, parece que o autor quer abrandar os efeitos que o redimensionamento do conceito “Maneirismo” - ocorrido justamente antes desta reedição - já teriam causado, ou iriam causar, sobre sua obra fundamental.
É verdade que o desconhecimento de uma concepção mais atualizada sobre o estilo, como foi comentado, compromete parte de suas questões sobre esta arquitetura - entre o Maneirismo e o Barroco - que a França desenvolveu ao longo do Seiscentos; mas isto não lhe tira o valor da informação erudita nem o mérito de reconhecer a existência do Barroco francês e de suas correlações com uma vertente mais austera, mais classicista.
Na história da arquitetura do Mundo Ocidental, há toda uma tradição fundamentada no Classicismo, praticamente ininterrupta, que vai de sua sobrevivência nos diferentes estilos medievais e de sua reinterpretação pelo Renascimento, passando por sua implantação na Era Moderna por obra do Maneirismo e por sua relativa dissolução através do Barroco e do Rococó, até sua recuperação pelo Neoclassicismo do séc. XVIII.
Toda uma tendência na História da Arte, de Alois Riegl e da “Escola de Viena”, passando por Worringer, aos nossos dias, centra-se em um “ethos popular”, nas diferenças culturais como resultantes das relações dos povos com meio ambientes acolhedores ou hostis.
Ao analisar o Barroco, como o novo estilo artístico do séc. XVII europeu, Hauser o separa em duas vertentes, que correspondem a duas realidades culturais diversas, constantemente opostas em seus aspectos político-econômicos, sociais e