balada das arquivistas
O preconceito é um fenômeno complexo que envolve a subjetividade e a objetividade. Por um lado, é a cultura que apresenta os estereótipos, porém, de algum modo, o sujeito se apropria deles e os mantém como uma necessidade psicológica. Além disso, se o indivíduo é mediado socialmente, a ordem social que o constrói também é responsável pelo fato de criar sujeitos com a necessidade de preconceitos para se relacionar com o mundo. Diante de vários tipos de preconceitos, pretendemos estudar especificamente o preconceito racial contra negros. Raça, embora não seja um conceito com fundamento científico, é uma categoria utilizada no cotidiano. Desde o século XVII, tal conceito é usado não só para marcar diferenças físicas entre grupos humanos mas, sobretudo, para hierarquizá-los, ou seja, definir, defender e justificar grupos de pessoas como superiores e inferiores. E se a ciência já superou a ideia de raça, o mesmo não aconteceu com a necessidade social de hierarquizar grupos de pessoas, a fim de manter a organização social estruturada em classes privilegiadas e subordinadas. Isso posto, as perguntas que se colocam são: como é que a ideia de raça e, especificamente, a imagem estereotipada do negro é apropriada individualmente? Por que algumas pessoas conseguem superar os preconceitos raciais e outras não? De que forma o racismo como preconceito racial se torna uma necessidade psicológica? Com o intuito de responder tais questões, buscaremos aprofundar o tema por meio de aplicação de questionários e entrevistas com estudantes universitários, de ambos os sexos e diferentes cores de pele. (AU)