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Mural de Di Cavalcanti, projetado em 1954 e montado em pastilhas na parte externa da antiga redação e oficinas do jornal "O Estado de S. Paulo", à rua Major Quedinho. Com o edifício agora ocupado pelo Novotel Jaraguá, o painel foi totalmente restaurado. Ao contrário de Portinari, Di não era muralista e esta obra constitui uma exceção.
Minha prima Dida
Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, nasceu no Rio de Janeiro em 1897 e faleceu na mesma cidade em 1976. Era filho de Frederico Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo e d. Rosalia de Sena e, embora bem relacionada, a família tinha parcos recursos econômicos.
Em homenagem a uma prima conhecida por Dida, adotou o nome artístico de Didi e depois, por simplificação, passou a assinar simplesmente Di.
Nasceu na Rua do Riachuelo, no velho centro do Rio, na casa do célebre abolicionista José do Patrocínio, que se casara com sua tia Maria Henriqueta vencendo todos os preconceitos da família desta, pelo fato de ser negro.
Menino ainda, na casa do tio, conheceu gente famosa, como Machado de Assis e Joaquim Nabuco. Sua mãe, quando viúva, chegou a entreter um flerte com Olavo Bilac, com o qual, por pouco, não se casou.
Essa presença constante de escritores e poetas em torno a Di Cavalcanti, na infância, explica decerto porque, pela vida inteira, ele devotaria às letras um amor quase tão profundo quanto à pintura.
Antes de tudo, um desenhista
Seus primeiros desenhos, como os primeiros versos, surgiram em São Cristóvão, bairro de classe média, para onde sua família se mudara em 1908.
Gaspar Puga Garcia, seu primeiro professor de pintura, acompanhando os progressos do menino, vaticinou certeiramente: «Você será pintor.»
Poucos anos mais tarde, em 1914, tem início a carreira de caricaturista de Di, que nesse ano publica seu primeiro trabalho em Fon-Fon.
Dois anos depois participou do 1º Salão dos Humoristas,