Bairro Luz
História e mudanças geográficas
A denominação Luz surgiu quando um dos primeiros povoadores da cidade de São Paulo, Domingo Luís, conhecido como ”o carvoeiro”, mudou-se, em 1601, da região do Ipiranga (na zona sul) para o Guaré, construindo ali uma pequena capela em homenagem à sua santa de devoção, Nossa Senhora da Luz. A construção atraiu visitantes e devotos, tornando-se uma referência geográfica. Com o tempo, o lugar passou a ser chamado de bairro da Luz.
O local conhecido hoje por bairro da Luz já foi um vasto campo pantanoso. Seu nome era Campo do Guaré ou Caminho do Guarepe – em linguagem indígena “matas em terras molhadas” – pois o local era inundado pelos rios Tamanduateí e Tietê em períodos chuvosos, durante muito tempo foi dominado por fazendas, onde o gado andava solto pelos pastos. Pouco a pouco, pântanos foram aterrados, pontes edificadas e construídos locais como o Jardim da Luz, o primeiro jardim público da cidade, e o Seminário Episcopal, inaugurados, respectivamente, em 1825 e 1856.
O desenvolvimento da região sofreu impacto direto da implantação das estradas de ferro ligando os cafezais do oeste paulista ao porto de Santos. Em 1860 teve início a construção da ferrovia The São Paulo Railway Company, primeira estrada de ferro do estado, por iniciativa do Barão de Mauá.
Arredores do bairro da luz 1987
Pontos Culturais
Até 1920 foram ainda construídos prédios culturais importantes como o Liceu de Artes e Ofícios, Pinacoteca do Estado e o Museu de Belas Artes, consolidando a qualidade da área. Esse ritmo se seguiu até 1950, quando o centro se constituía no principal circuito de negócios, compras e lazer das elites. A ferrovia atraiu ainda a instalação de escritórios filiais das companhias estrangeiras das distribuidoras de filmes, dada a facilidade de importação e remessa de filmes, além de pequenas produtoras e lojas de equipamentos especializados. Décadas mais tarde, a Rua do Triunfo se transformou em reduto do Cinema Marginal, e a