ação de execução de obrigação de fazer
Gerardo Clésio Maia Arruda1
RESUMO:
O senso comum parece compactuar com a ideia de que a violência no Brasil, seja nas cidades de pequeno, médio ou grande porte, aumentou consideravelmente nos últimos anos. Tal sensação se mostra ainda mais consistente quando olhares se voltam para a prática de delitos de média e alta gravidade entre os jovens. Este artigo se propõe averiguar se esta sensação das pessoas comuns encontra correspondência em evidências empíricas ou, por outro lado, é uma construção fantasiosa elaborada a partir da repercussão desmesurada de casos pontuais, que são explorados pela mídia, principalmente pelos programas especializados em divulgar a violência cotidiana, em busca de progressão na escala de audiência. Neste sentido, com base nos dados da pesquisa realizada sob a responsabilidade do Ministério da Justiça, faz-se aqui uma reflexão acerca da violência entre os jovens brasileiros, enfocando principalmente a morte dos jovens por homicídio, e busca-se identificar tendências para o futuro próximo a partir do comportamento deste fenômeno no período recente.
INTRODUÇÃO:
Um olhar mais atento sobre as matérias jornalísticas que tratam da violência vislumbra que os casos que têm a participação de jovens são divulgados com maior intensidade, de sorte que ocupam um largo espaço midiático e permanecem mais demoradamente como alvo das conversas cotidianas. Os eventos mais traumáticos, aqueles com número elevado de vítimas ou que comovem generalizadamente os membros da sociedade, ocupam o noticiário internacional e monopolizam, mesmo que temporariamente, os debates travados entre as pessoas comuns e os especialistas.
Não é exagero afirmar que, seja o jovem a vítima ou o causador da violência, ainda se espera que o fato seja recepcionado pela sociedade com forte indignação. Isto porque se trata de um fenômeno que atinge frontalmente a moral da coletividade, uma vez que nas sociedades ocidentais se