Avanços da psicologia aplicada ao ensino do adolescente
A Moreninha
Considerado por muitos críticos como um romance apenas curioso e somente importante do ponto de vista histórico, A Moreninha (1843) tem atravessado as décadas, e continua atingindo um público diversificado mais de cem anos depois, convertido para a televisão, cinema, histórias em quadrinhos. Entre romances escritos em pleno Romantismo, chega a ser quase inexplicável a permanência dessa obra prodüzida por Macedo aos 23 anos. Uma análise estrutural, que consulte o processo de montagem da composição, pode fornecer uma visão de como os elementos aí se organizam para formar uma obra de gosto popular onde a ideologia da comunidade se reencontre. Sob vários aspectos A Moreninha cristalizou melhor que muitos outros textos do Romantismo, incluindo outros romances de Macedo, uma série de procedimentos formais-estéticos que garantem o sucesso da narrativa fixada entre o mito e a literatura.
1. PROPOSIÇÃO
Este estudo se desenvolverá em torno dos seguintes pontos:
a) A Moreninha apresenta uma discussão irônico-teórica dos personagens confrontando o Romantismo com outras escolas literárias. Essa discussão aparentemente ambígua no nível do enunciado vai sofrendo uma transformação no nível da enunciação, a ponto de o tomance realizar o endosso dos ideais românticos pretendia ironizar a princípio. Esse jogo entre o enunciado (que critica) e a enunciação (que endossa) aproveita à tensão estórica.
b) A discussão teórica entre os personagens vai cedendo espaço à realização estrutural da lenda. Os personagens do romance vão se superpondo aos figurantes lendários, revelando-se uma identificação entre a estrutura do romance e a estrutura da lenda. Essa reduplicação dos modelos confirma que no nível da enunciação assumiu os pressupostos do Romantismo.
c) Essa narrativa se mostra como um objeto lúdico e