Autonomia da vontade

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Muitas cobranças sociais são impostas às mulheres, dentre elas uma se destaca neste contexto: ser mãe. Ter filhos é uma questão de autonomia de vontade, a pessoa deseja ter ou não tê-los. A sociedade atual ainda trata com estranheza mulheres que não desejam ter filhos, como se escolher ser mãe fosse uma obrigação. Podemos ver isso na mídia, onde novelas, filmes e seriados tratam casamento e filhos como um “final feliz” para as mulheres.
A lei brasileira só autoriza o aborto em casos de estupro ou quando não há outra maneira de salvar a vida da mãe, penalizando com um a dez anos de reclusão para a gestante. Mesmo com o Brasil sendo um país laico, os maiores argumentos contra o aborto têm embasamento em conceitos cristãos de início da vida. Apesar da proibição, muitas mulheres continuam fazendo clandestinamente, correndo riscos e sofrendo pela falta de amparo do sistema público de saúde para esses casos.
Grande parte das pessoas – homens e mulheres – tem acesso à maioria dos métodos contraceptivos, mas isso não é o suficiente. Falta educação, pois muitos não sabem como utilizar os contraceptivos e acabam tendo que seguir com uma gravidez indesejada. A mulher deveria poder ter a autonomia de escolha sobre seu próprio corpo, pois é ela quem vai carregar o feto durante toda a gestação, mas aí entra o outro lado da moeda e começa o paradoxo entre a autonomia de escolha da mulher e o direito à vida do feto que foi gerado.
De acordo com a Medicina, transexualismo é um transtorno psíquico de identidade de gênero e/ou sexual. Por ser definido como um transtorno, o Estado estabelece uma adequação do indivíduo à moralidade sexual dominante, que é considerada a expressão saudável da sexualidade, ou seja, a partir dessa perspectiva, a autonomia de escolha da pessoa quanto a sua sexualidade não é respeitada.
As leis brasileiras autorizam as mudanças corporais visando a alteração da identidade sexual apenas em casos com diagnósticos confirmados de transexualismo, em que o

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