Autoerotismo
Autoerotismo também conhecido como Narcisismo Primário é um estado anárquico da sexualidade no qual as pulsões parciais procuram satisfação no próprio corpo, onde qualquer outro fator externo é considerado uma parte de si mesmo, É uma satisfação não unificada, desarticulada em relação às demais satisfações parciais, pura satisfação local. O que acontece em cada zona erógena se encerra ali mesmo.
Não se trata de um corpo considerado um todo, sendo tomado como objeto de investimento libidinal, mas partes de um corpo vivido como fragmentado, sem unidade.
Não há no autoerotismo uma representação do corpo como uma unidade, não existe um eu, o que há é pulsão (impulso energético interno que direciona o comportamento do indivíduo) satisfazendo-se autoeroticamente no próprio corpo.
Laplanche e Pontalis (1996) descrevem o autoerotismo como sendo “uma fase anárquica, que precede a convergência das pulsões parciais para um objeto comum”.
Já Freud (1915), menciona que no autoerotismo, não há um investimento no mundo externo visto que o ego está “totalmente tomado por pulsões e em parte é capaz de satisfazer tais pulsões em si mesmo” (p.158). Neste período, tudo o que é sentido como prazeroso fica reservado ao ego, ao passo que sensações desprazerosas e desconhecidas ficam relacionadas com o mundo externo.
Essa fase auto erótica se da desde o inicio da fase do desenvolvimento, onde o bebê busca satisfazer o prazer de diversas formas como, por exemplo, a sucção do polegar- satisfação libidinal oral.
Porem o Autoerotismo ou Narcisismo primário do ponto de vista psicanalítico se distingue do Narcisismo secundário porque o mesmo ocorre na fase adulta, sendo um retorno ao ego da energia psíquica investida nos objetos, ou seja, retirada dos seus investimentos objetais, fazendo-o sentir mais prazer pelo retorno recebido ao invés de sentir desejo sexual pelos objetos.
Freud (1914) ressalta que é preciso, frente ao autoerotismo, a ocorrência de uma nova ação