Psicologia dos Grupos
O narcisismo é uma fase, no desenvolvimento sexual, intermediária entre o autoerotismo (em que a criança experimenta parcialmente um autoerotismo: isso significa dizer que o corpo dela é objeto de investimento libidinal dela mesma, entretanto, essa criança ainda não tem uma noção de si como um todo unificado, mas, sim, percebe seu corpo cindido em partes das quais extrairá, sob determinados tipos de estímulos, sensações prazerosas. Ou seja, ela é polimorfa) e o amor objetal (em que se faz a escolha de um objeto de investimento libidinal). E ela é muito importante no processo de formação do eu (o ego).
Ficaria assim, o processo de desenvolvimento sexual e formação do ego:
Então, assim se dá a associação entre o narcisismo (como etapa no desenvolvimento sexual) e a formação do ego. Esmiuçando, fica assim:
Para que haja a formação do ego, é necessário adicionar ao autoerotismo de pulsões parciais, um algo a mais: o corpo da criança é objeto de investimento libidinal por parte da própria criança, mas não há uma instância egoica. Ela é também objeto de investimento libidinal dos próprios pais, que investem nela revivendo seu narcisismo da infância (agora em seu filho). Para os pais, a criança possui todas as qualidades. Investem nela seus sonhos e desejos. A ela nada é negado (pelo menos por enquanto). É preciso adicionar, nessa fase de autoerotismo, o narcisismo. A criança se torna “Sua Majestade, o Bebê”. Além de ser objeto de catexia libidinal dos pais, é objeto de investimento libidinal por ela mesma. E é nessa fase em que começa a ter suas experiências que levam a se conhecer como uma coisa só, como um “eu”, e não uma junção de partes. Aqui, temos a formação de um ego ideal. Justamente por causa desse narcisismo: a criança não precisa buscar de fora para dentro um ideal, porque ela mesma já é o seu próprio ideal. Isso só é possível, porque, nessa fase, além de nada lhe ser negado, a criança ainda não tem contato com os