Narcisismo em Freud
Freud lança polêmicas na época da publicação dos Três Ensaios. Primeiro por dizer que há uma sexualidade infantil, colocando a criança como “sedutora” e não como seduzida. A partir daí há uma segunda polêmica, de que não é o objeto que tem os atrativos, mas sim o próprio sujeito é que investe num objeto, e este pode ser o mais variado, até mesmo os que poderiam nos causar profundo asco. Portanto a pulsão e o objeto não estão ligados desde o nascimento, isso vai se formando conforme as vivências infantis da sexualidade, o caminho que a libido vai percorrer.
Não há uma análise das perversões nesse texto, elas só estão colocadas para se pensar sobre a sexualidade. Há uma ampliação do conceito, que a sexualidade não está só nos genitais, há diversos objetos e metas sexuais. Na sexualidade infantil, coloca o conceito de zonas erógenas, em que qualquer parte do corpo pode ser sexualizada, a criança vai percorrer a sexualidade em seus elementos parciais. Faz um destaque para algumas mais freqüentes como boca e ânus, mas até o sofrimento e o medo podem ser sexualizados. O conceito de auto-erotismo é o de maior importância, pois é através dele que compreenderemos o surgimento do narcisismo. A criança não precisa de outro para satisfazer sua pulsão (lembrando que estamos falando de pulsão parcial), mas isso não significa que não há objeto, o objeto da pulsão está no próprio corpo. O desejo surge através do outro, se apoiando na pulsão de auto-conservação, pela primeira vivência de satifação. Quando o bebê suga o seio ele não só mata a fome como sente prazer e depois vai tentar reproduzir auto eroticamente. É aí que as pulsões de auto conservação e sexuais se separam (pelo modelo da 1ª teoria pulsional).
Então, nesse modelo, a criança passaria por três fases: sexualidade infantil (auto-erótica), latência e escolha de objeto (na qual as questões sexuais infantis são retomadas e o adulto vai