personalidade

1743 palavras 7 páginas
1) Segundo Freud, o excesso de energia no organismo causa um desconforto, excesso esse que tem origem em alguma necessidade biológica do bebê, como por exemplo, a fome. E, à medida que esta energia vai aumentando o desconforto/dor aumenta também. Há, portanto, a necessidade de se livrar dessa energia que está em quantidade elevada. A descarga, sendo assim, está ligada ao prazer, enquanto que o excesso, ao desprazer. Um bebê em sua primeira situação de fome (desprazer, dor) grita e esperneia, pois o seu desconforto vai aumentando cada vez mais. A mãe, ao amamentar esse bebê, acaba por aliviar o desprazer dele. Dessa forma, o bebê atinge a experiência de satisfação. Essas primeiras experiências de dor e prazer que o bebê vivencia deixam traços psíquicos, ele retém essas experiências em sua memória mnêmica. Quando ele sente o desconforto da fome novamente, o aparelho psíquico do bebê irá procurar ocupar a imagem mnêmica do objeto do prazer (seio materno) e tentar trazer á tona a sensação de prazer. O bebê então, por si só, tenta se livrar do desprazer colocando o dedo na boca, por exemplo. Essa imediaticidade da tentativa de resgatar a percepção do objeto desejado caracteriza o processo primário do aparelho psíquico do bebê, ele alucina o seio materno. Para Freud, o primeiro ato de pensar do bebê é alucinatório. No entanto, como a fome é implacável, e a alucinação não consegue extinguir o desprazer, o bebê começa a procurar outras formas para se aliviar – começa a chorar, gritar, espernear. Há, nesse processo secundário do aparelho psíquico, o desvio de energia. A mãe então, realizando a ação específica, amamenta o seu filho, não apenas com o leite, mas o “amamenta” com carinho, afeto, o olhar. Dessa forma, pode-se concluir que aprendermos com a dor, e, ainda, que é a dor quem ensina ao sujeito a diferenciação daquilo que pertence ao “EU”. Para Freud, a fome é o apoio para as relações de amor e afeto do bebê, pois no seio materno ele encontra mais do mero alimento.

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