Autismo
Disponível em: http://autismobrasil.org/autismo/o-que-fazer/artigos/um-outro-olhar.html
04/05/2012- 21:06
Um outro olhar
A palavra autismo foi cunhada pelo legendário psiquiatra Eugen Bleuler, para se referir a um dos sintomas da esquizofrenia. Apenas em 1943, com o trabalho de Leo Kanner, psiquiatra austríaco radicado nos EUA, passou a designar um transtorno diferenciado.
Desde então, o autismo tem desafiado gerações de cientistas e terapeutas, devido ao comportamento estranho e frequentemente paradoxal das pessoas que têm seu desenvolvimento marcado desse modo.
Autistas com frequência rejeitam o toque físico, não gostam de manter contato olho-a-olho, e optam muitas vezes por uma existência isolada, focada mais em sensações físicas e no interesse por objetos que na vida social, diferentes da maioria das pessoas que não apresentam o transtorno.
Isso desafia enormemente as habilidades, e até mesmo a auto-estima de quem convive com essas pessoas. Uma das características que mais nos define enquanto espécie é sermos gregários. O Homo Sapiens é frequentemente descrito como um "animal social". Ser confrontado com uma pessoa que parece não precisar do outro, renunciando de modo aparentemente deliberado ao contato social nos conduz a questionar a nossa natureza, e as nossas possibilidades, de uma maneira radical.
Isso, somado ao fato de a maioria das pessoas autistas não apresentarem nenhum sinal externo que as distinga das demais, como os olhos "orientais" das pessoas com síndrome de Down, por exemplo, levou gerações de terapeutas a formularem a hipótese de que o autismo seria um transtorno psicogênico, ou seja, causado por relações adoecedoras em um momento crítico do desenvolvimento.
Essa noção, apesar de já haver sido descartada há muito tempo por pesquisas que apontam para alterações estruturais e funcionais no cérebro de pessoas autistas, além de evidências de uma origem genética, ainda hoje surge em palestras e cursos, angariando a atenção tanto de