autismo
Tustin (1984) diz que todos os processos do desenvolvimento primário (inicial) estão relacionados as sensações e aos objetos que proporcionam sensações parecidas com aquelas que só a mãe pode proporcionar após o nascimento. É o estágio da “ilusão”. Se o objeto dá a mesma sensação de quando o bebê suga o seio, este objeto passará a ser considerado o seio, não há diferenciação, mãe e bebê continuam interligados.
No decorrer do desenvolvimento, o bebê terá que se deparar com a sensação do não-eu, entendendo o objeto como não participante do seu corpo, como algo externo a si, como algo diferente da sua mãe. Tal momento faz parte da consciência do não-eu, momento crucial para o senso de identidade individual. Gradualmente, a construção de uma mãe modifica-se e o comportamento do bebê se torna regulado pelas constantes cooperações da mãe real. Esta começa a ser tolerada como separada e diferente do corpo do bebê. É necessário uma certa dose de frustração para desenvolver essa separação da unidade mãe-bebê para este último. Nesse processo, atividades e fenômenos transicionais protegem o bebê da aguda consciência da mãe não-eu. Assim, o senso de eu se desenvolve quando o não-eu é experienciado, porém de forma não agonizante. A mãe, nesse senso de ligação do bebê com um objeto não-eu, se torna construção contínua da mente deste, podendo ser recorrida mesmo quando não presente fisicamente.
A interação com o não-eu de maneira traumática, experimentada antes do tempo, ou seja, em um período em que as maneiras de lidar com a tensão da separação não estão desenvolvidas faz com que o bebê estabeleça relações com objetos autisticos e