Aula de filosofia
INTRODUÇÃO[2]
A moral, de modo geral e estrutural, faz parte do processo de socialização, responder às necessidades práticas de estabelecimento de normas específicas e deveres e tem como objetivos a convivência social e o processo de socialização (BARROCO, 2001). Partindo dessa concepção, e divergindo de todas as outras que posicionam a moral como um mero conjunto de princípios abstratos, formais e sem relacionamento com a história, compreenderemos a moral como resultado do homem concreto, do ser historicamente construído e que, exercendo uma função social (a moral), pode ser colocada como mecanismo a serviço de interesses dos detentores do poder.
A moral interfere nos papéis sociais, donde a sua caracterização como um modo de ser, um ethos que expressa à identidade cultural de uma sociedade, de uma classe, de um extrato social, num determinado momento histórico. Por sua perspectiva consciente, ou seja, pelo fato de o individuo aceitar intimamente os valores, passa a fazer parte do seu caráter; por sua função integradora, estabelecendo vínculos sociais, está presente em todas as atividades humanas (BARROCO, 2001, p. 43).
As investigações, os debates e todas as reflexões no campo da moral suscitam os questionamentos sobre o campo da ética. Partimos dessa analise para definir a ética como o resultado da passagem da posição que meramente restringe-se às experiências vividas na esfera moral para uma postura reflexiva diante das mesmas, ou, se melhor considerarmos, uma relação entre a moral efetiva, vivida e as noções e elaborações teórico-filosóficas daí originárias. Esse campo do conhecimento, assim como qualquer outro tipo de produção humana e social, origina e sustenta ideias e concepções que apontam determinados direcionamentos sociais, podendo condicionar suas opções pela estrutura econômica e seus reflexos na vida social, apontando mudanças no seu percurso