Aula 17
3.5.2 Elasticidade cruzada da demanda e elasticidade-renda
A quantidade demandada de um bem X será sempre influenciada pelo preço desse bem (Px) e pela renda monetária do consumidor: qx = f(Px, R). A elasticidade-renda da demanda indica quanto será a variação proporcional da quantidade demandada de um bem X em virtude de uma variação proporcional da renda monetária do consumidor, ou seja:
εRd = (∆qx/qx) / (∆R/R) (3)
Em função da elasticidade-renda da demanda, os bens econômicos podem ser classificados em bens normais, essenciais, supérfluos e inferiores. Os bens normais ou superiores são aqueles para os quais a elasticidade-renda da demanda é positiva, indicando que a quantidade demandada varia no mesmo sentido da renda: todo aumento de renda implica maior consumo; inversamente, uma redução da renda monetária traduz-se em queda do consumo do bem em questão. Os bens essenciais são os que apresentam baixa elasticidade-renda (O < εRd < 1), enquanto os bens supérfluos são os que possuem alta elasticidade-renda (εRd > 1). Finalmente, os bens inferiores são os que apresentam elasticidade-renda negativa.
A Tabela 3.3 mostra que mandioca, farinha e margarina possuem εRd < 0: um aumento de renda implica a redução do consumo, e vice-versa. Isso se explica porque, caindo a renda, os consumidores aumentam o consumo de mandioca, margarina e farinhas, uma vez que deixam de consumir manteiga e outros bens mais caros. Inversamente, com o aumento da renda, eles passam a consumir produtos mais dispendiosos, como manteiga e carnes, em detrimento desses produtos. Esses são bens inferiores, enquanto os demais, apresentados na Tabela 3.3, são bens normais.
Os produtos bebidas/café/mate, combustível/transporte, vestuário/calçados e bens de consumo durável são bens supérfluos, enquanto os demais são bens essenciais (as elasticidades-renda de doces/salgados/especiarias, frutas e carnes/embutidos estão muito próximas da unidade). O