Atuação do psicologo comunitário
Falar da atuação do psicólogo hoje em relação à psicologia comunitária é com certeza muito diferente do que comparar a décadas atrás. No início da atuação do psicólogo nessa área, a construção feita pelas pessoas sobre o papel desse profissional era baseada nas seguintes situações: algumas imaginariam o psicólogo em algum lugar mais pobre e sem infra-estrutura; outras veriam o psicólogo indo de encontro à população, população essa que geralmente desconhece esse trabalho assim como as suas possibilidades de ajuda; outras ainda pensariam em lugares como favelas, cortiços, bairros de periferia, lixões, assentamentos, mutirões, associações de bairros, grupos de mulheres, de jovens, de terceira idade, menores de rua, ou grupos marginalizados, dentre outros.
Poderíamos, então, indagar se todos estes exemplos caracterizam práticas da psicologia em comunidade. Para responder a isto se faz necessário recuperar o processo de surgimento desse tipo de prática, e para isto é necessário atender a dois aspectos: um ligado ao processo histórico pertinente a essa prática, recuperando as condições que contribuíram para o aparecimento dos chamados trabalhos em comunidade; e outro, ligado aos aspectos que podem explicar como a profissão de psicólogo foi sendo construída, criada, e em torno de que temáticas ou problemáticas essa prática profissional foi se estruturando e preparando novos quadros de psicólogos para a realidade brasileira.
Atualmente, procedendo a uma análise cuidadosa sobre as práticas da psicologia em comunidade, verifica-se a coexistência de vários trabalhos. Pode ser destacados que os trabalhos desenvolvidos em comunidade perderam seu caráter de clandestinidade, presentes nas décadas de 60 e 70. Com isso, diminuíram as dificuldades quanto à aceitabilidade ou permissividade do trabalho; e de outro, aumentaram as condições para se efetuar reflexões e análises sobre os aspectos intrínsecos a essa prática. Houve um aumento significativo dos