Assédio moral
Na complexidade globalizada, tudo se mistura, é confundido, adquire novo sentido e significado – e os “colaboradores” são levados a crer na perda de nitidez da fronteira entre capital e trabalho. Transformados em objetos, despidos de autonomia, impedidos de criar livremente, expropriados dos direitos, agora flexibilizados, vivem o individualismo competitivo e antropofágico que desgasta o caráter, revelador da violência do e no trabalho , deslocada e cada vez mais sutil (BARRETO, 2006, p.102).
Análise de Causa
Foi conduzido um estudo de caso relativo a uma organização bancária privada com sede em Curitiba-PR, aqui denominada Banco Atenas. O nome fictício foi adotado a fim de se preservar a identidade da empresa, que não autorizou a divulgação de sua identidade. Encontrou-se uma enorme dificuldade na coleta de dados, em função da natureza delicada do tema para a organização e para os trabalhadores. Apenas foi possível realizar 3 entrevistas de roteiro semi-estruturado: a primeira com uma ex-funcionária do banco que sofreu assédio moral, a segunda com uma advogada do departamento jurídico do sindicato representante da categoria e uma terceira com a secretária de saúde do mesmo sindicato. As entrevistas foram realizadas no período de fevereiro a abril de 2006 e tiveram duração média de 40 minutos cada uma. Os dados coletados foram, posteriormente, organizados e passaram por análise de conteúdo por categorização temática, conforme orientação de Bardin (2002).
Orientado por Bardim (2002), após classificados, os conteúdos das entrevistas foram cruzados a fim de permitir o entendimento sobre o assédio moral sob as três diferentes perspectivas.
“O capital deflagrou, então, várias transformações no próprio processo produtivo, por meio da constituição das formas de acumulação flexível, do downsizing, das formas de gestão organizacional, do avanço tecnológico, do toyotismo. Essas transformações, decorrentes da