Assessoria de comunicação
No Brasil, a consolidação de um mercado de bens simbólicos se efetiva apenas nas décadas de 60 e 70. Nas palavras de Renato Ortiz: “Se os anos 40 e 50 podem ser considerados como momentos de incipiência de uma sociedade de consumo, as décadas de 60 e 70 se definem pela consolidação de um mercado de bens culturais.” (Ortiz, 2001, p. 113). Tal processo se relaciona com as grandes transformações pelas quais a sociedade brasileira passa durante essas décadas. Com a tomada do poder pelos militares em 1964, as mudanças políticas e econômicas se acentuaram. Na economia, o período foi marcado por reformas profundas que colaboram para a inserção do Brasil no sistema capitalista mundial e pelo chamado “milagre econômico” entre os anos de 1968 e 1973. Nestes anos a taxa anual de crescimento do PIB superou os 11%, muito acima das taxas de crescimento dos anos anteriores e posteriores. Nesses mesmos anos a taxa de inflação ficou em torno de 20% ao ano, um resultado bem abaixo dos anos anteriores. A situação mudaria depois do primeiro choque do preço do petróleo no final de 1973 e, após o segundo choque do petróleo em 1979, levaria a economia do país à chamada “década perdida” nos anos de 1980.
A “Ideologia da Segurança Nacional”, na qual se inseria a ideia de integração nacional, marcava o pensamento dos militares com relação à sociedade como um todo. Em decorrência dessa ideologia, o Estado fez grandes investimentos que modificaram por completo a infra-estrutura do país. O setor de telecomunicações foi um dos que recebeu grandes investimentos do Estado. Neste setor foi criada em 1965 a EMBRATEL e o Brasil se associa ao sistema internacional de satélites (INTELSAT), em 1967 foi criado um Ministério de Comunicações, um sistema de transmissão de dados por microondas foi inaugurado em 1968 permitindo a interligação de todo o território nacional, exceto para a região da Amazônia que ocorreu em 1970. Diferente do que ocorreu no período