Assédio moral no trabalho: da atitude velada à ameaça real Orlando Barbosa Rodrigues “Quem já sofreu algum tipo de assédio moral no trabalho, que atire a primeira pedra”. Se essa frase for dirigida a um grupo qualquer de trabalhadores das mais diversas empresas brasileiras, uma de duas situações poderá ocorrer: Ou uma grande chuva de pedras de todos os tipos e tamanhos, vindas de inúmeros pontos ou algumas pedras lançadas aleatória e timidamente por algum trabalhador desavisado. Ultimamente tem sido grande o interesse das pessoas em ler e pesquisar sobre o assunto, embora existam poucos trabalhos que consigam caracterizar, de fato, a existência desse fenômeno nas empresas. Alguns trabalhos existentes tratam esse fenômeno como sendo uma violência moral explícita contra o trabalhador no ambiente de trabalho, patrocinado por patrões, chefes ou gestores. Tais atos violentos, em geral, são relacionados ao cotidiano do trabalho, capacidade ou incapacidade produtiva de determinado funcionário e formas declaradas de discriminação. Obviamente, esse tipo de violência declarada e explícita acontece e muito no ambiente corporativo e, de fato, proporciona ao trabalhador, vitima desse tipo de violência, toda a ordem de constrangimentos, baixando a sua auto-estima e lhe causando uma série de problemas emocionais e de saúde. Contudo, não é só isso. Tanto pior que a violência moral declarada e explícita é a violência velada, dificilmente demonstrada em palavras agressivas ou discriminatórias. O assédio moral também se caracteriza por atitudes mesquinhas, desleais e antiéticas contra funcionários. Esse tipo de comportamento agressivo não é visível à totalidade dos empregados, pois, muitas das vezes, envolve apenas o agressor e a vítima que se sente agredida, sem, contudo, ter como comprovar a agressão sofrida. Convenhamos que em tempos atuais não seja comum vermos patrões, chefes ou gestores esbravejando e humilhando funcionários pelos corredores na frente dos outros. Isso seria