As Vinganças Bárbaras
Disciplina: História Medieval I
Obra: O Dia dos Bárbaros: 9 de agosto de 378, de Alessandro Barbero
Autor da resenha: José Mário Gomes
Os elementos causadores de mudanças drásticas na sociedade, no mais das vezes, são difíceis de definir. Exemplo disto foram os fatores que desencadearam a Revolução Inglesa. Dependendo da abordagem ou os anos vividos pelo estudioso, podemos obter varias explicações: convergentes, divergentes, complementares, etc. Considera-se o período entre os séculos V e XV como Idade Média, mas para Le Goff tanto a antiguidade tardia como o Renascimento estão repletos de valores medievais. Então, determinar o ano de 476 d.C. como o momento em que o mundo deixou de ser antigo e passou a ser medieval é, digamos, uma convenção. Como vimos, tomar um acontecimento como um marco ou um divisor de água na historia, também tem suas dificuldades.
Nesse sentido, a obra “O Dia dos Bárbaros: 9 de agosto de 378” (Estação Liberdade, tradução Maria Cecília Casini, 2010, 232 pp), de Alessandro Barbero, narra o contexto histórico em que está inserida a relação dos ditos povos bárbaros com o Império Romano, analisando a profundidade e as consequências do episódio da Batalha de Adrianópolis. Pergunta-se sobre a veracidade do fenômeno da invasão, pois o império há pelo menos dois séculos antes já utilizava a mão-de-obra barata dos povos bárbaros e mantinha um comércio com essas pessoas, apesar das ocasionais incursões punitivas no território bárbaro.
O autor, professor italiano e especialista em Historia Medieval, pondera sobre as reais implicações dos eventos que culminaram com a primeira profunda e grande derrota dos exércitos romanos diante dos godos, povos refugiados que são recebidos com promessas não cumpridas por Valente, imperador romano.
Sua narrativa descreve em minúcias o desenrolar de uma história que, às vezes, ganha fôlego de um livro de ação e suspense, envolvendo o leitor nas batalhas, nas estratégias de