As tendencias e a evolução da educação em ciências biologicas
A área de pesquisa em Ensino de Ciências, no Brasil, está em processo de fortalecimento e consolidação, demonstrando-se fundamental para atender o cenário educacional atual e exigindo reflexão sobre os conteúdos e os procedimentos metodológicos (BORGES; LIMA, 2007; TEIXEIRA; SILVA; ANJOS, 2009). O desenvolvimento dessas pesquisas vem ancorando-se em diversas linhas de pesquisa, cuja natureza e ênfase variam ao longo do tempo, as quais representam um conjunto de questões e um dado enquadramento teórico, traduzindo o foco de interesse da comunidade científica (CACHAPUZ et al., 2008).
É importante ter em mente que as pesquisas científicas são atividades humanas e sociais que manifestam o conjunto de valores, princípios e interesses de uma época, os quais orientam tanto a especificidade dos problemas, como a forma que estes serões analisados (SLONGO; DELIZOICOV, 2010), o que ocorre, também, nos estudos envolvendo o Ensino de Biologia. Dentro desse contexto, inicialmente, será abordada uma retrospectiva histórica dos trabalhos de pesquisa em Ensino de Biologia no Brasil, compreendendo o caminho que vem sendo trilhado nesta área, para então tratar das tendências atuais.
Trabalhos anteriores (SLONGO; DELIZOICOV, 2010; TEIXEIRA; SILVA; ANJOS,
2009) buscaram analisar a trajetória da pesquisa em Ensino de Biologia no Brasil, de 1972
(ano de início) a 2004, ressaltando as diferentes perspectivas que nortearam a produção acadêmica.
O trabalho de Slongo & Delizoicov (2010) baseia-se em premissas fleckianas, nas quais os grupos de pesquisadores em Ensino de Biologia compartilham premissas epistemológicas, educacionais e metodológicas, que foram se transformando ao passo em que a área de Ensino de Biologia foi se constituindo. Essas mudanças foram evidenciadas em três fases, saindo da pesquisa centrada em problemas das atividades docentes e enfrentados a partir de uma perspectiva empirista-positivista,