As relações feudo-vassálicas
A primeira fase é a homenagem. Normalmente compreende dois atos. O primeiro é verbal: É a declaração, o compromisso do vassalo que exprime a sua vontade de tornar-se homem do senhor. Mas essa palavra é simbólica, pois ela é já o signo de uma relação entre senhor e vassalo e ultrapassa as palavras trocadas. O segundo ato é o immixtio manuum: o vassalo coloca as mãos juntas entre as mãos do seu senhor, que as aperta entre as suas. A homenagem se dá estando o pretenso vassalo ajoelhado perante o pretenso senhor.
A segunda fase do ritual vassálico é a da Fidelidade. Trata-se de um juramento que, habitualmente, se presta sobre a Bíblia ou sobre relíquias. Essa fase é concluída pelo osculum, um beijo na boca. O osculum é, entre o senhor e o vassalo, um beijo ritual mútuo. Um dá, o outro retribui.
Enfim, o ritual da entrada na vassalagem termina com a investidura do feudo, que se processa mediante a entrega de um objeto simbólico pelo senhor ao seu vassalo. Os objetos tinham relação com a coisa transmitida: o ramo, o punhado de terra ou de relva simbolizavam a investidura de um terreno; o bastão indicava a transmissão de um poder; facas e gládios podiam indicar o direito de uso violento. Haviam também objetos simbólicos de investidura ligados aos costumes, às tradições, à história. Dentre os objetos ligados a tradições antigas podemos citar o anel e o estandarte. Alguns objetos tornaram simbólicos no decorrer da Idade Média, em particular os ligados a armamento bélico, como o capacete, o arco, a flecha, e aqueles de uso corrente, como a taça, a trombeta.
O conjunto dos ritos e dos gestos simbólicos da vassalagem