As relações entre indivíduo e sociedade
Tomazi, Nelson Dacio. Sociologia para o ensino médio. 2.ed. - São Paulo : Saraiva, 2010.
A Sociologia oferece várias possibilidades teóricas para a análise da relação entre indivíduo e sociedade. A diversidade de análises é um dos elementos essenciais do pensamento sociológico. Examinaremos as diferentes perspectivas adotadas por autores clássicos para analisar o processo de constituição da sociedade e a maneira como os indivíduos se relacionam.
Karl Marx (1818-1883): Os indivíduos devem ser analisados de acordo com o contexto de suas condições e situações sociais, já que produzem sua existência em grupo. O foco recai sobre os indivíduos inseridos nas classes sociais (operária e burguesa), na qual temos a contradição e o conflito como elementos essenciais da sociedade.
Émile Durkheim (1858-1917): Ênfase na coesão, integração e manutenção da sociedade. O conflito existe basicamente pela anomia, isto é, pela ausência ou insuficiência da normatização das relações sociais, ou por falta de instituições que regulamentem essas relações.
Max Weber (1864-1920): O conceito básico é o de ação social, entendida como o ato de se comunicar, de se relacionar, tendo alguma orientação quanto às ações dos outros. Com base no que traz dentro de si, o indivíduo escolhe condutas e comportamentos, dependendo das situações que lhe apresentam.
Weber agrupou as ações individuais em quatro grandes tipos:
1. Ação tradicional: tem por base um costume arraigado, a tradição familiar ou um hábito (ex: “Eu sempre fiz assim” ou “Lá em casa sempre se faz deste jeito”);
2. Ação afetiva: tem por fundamento os sentimentos de qualquer ordem, o sentido da ação está nela mesma (ex: “Tudo pelo prazer” ou “O principal é viver o momento”);
3. Ação racional com relação a valores: fundamenta-se em convicções, tais como o dever, a dignidade, a beleza, a sabedoria, a piedade ou a transcendência de uma causa, sem levar em conta as