O condoreirismo
Castro Alves (1847-1871) nasceu na Bahia e estudou direito em Recife e São Paulo e em 1871 voltou a Bahia onde morreu. Ele tinha como temas principais: a escravidão, a república e o amor erótico.
Sua obra representa, na evolução da poesia romântica brasileira, um momento de maturidade e de transição. Maturidade em relação a certas atitudes ingênuas das gerações anteriores, como a idealização amorosa e o nacionalismo ufanista, substituídas por posturas mais críticas e realistas; transição porque a perspectiva mais objetiva e crítica com que via a realidade apontava para o movimento literário subsequente, o Realismo, que muito predominava na Europa. Castro Alves cultivou a poesia lírica e social, de que são exemplos as obras Espumas Flutuantes e A Cachoeira de Paulo Afonso; a poesia épica , em Os escravos;e o teatro , em Gonzaga e a Revolução de Minas. Aos 21 anos de idade, mostrou toda sua coragem ao recitar, durante uma comemoração cívica, o “Navio Negreiro”. A contra gosto, os fazendeiros ouviram-no clamar versos que denunciavam os maus tratos aos quais os negros eram submetidos.
Além de poesia de caráter social, este grande escritor também escreveu versos líricos-amorosos, de acordo com o estilo de Vítor Hugo. Pode-se dizer que Castro Alves foi um poeta de transição entre o Romantismo e o Parnasianismo.
Talvez seja Castro Alves o primeiro grande poeta social brasileiro .Como poucos,soube conciliar as ideias de reforma social com os procedimentos específicos da poesia ,sem permitir que sua obra fosse um mero panfleto político. Comparando Castro Alves e Álvares de Azevedo – principal poeta da segunda geração-, percebemos pontos comuns entre eles. O primeiro, ao tratar do desequilíbrio entre o eu e o mundo, revela um desejo latente de transformação da realidade, com a qual não consegue integrar-se,enquanto o segundo também mostra desejo de transformação,porém faz uma tomada de posição :na sua