AS RELAÇOES ENTRE FÉ E RAZÃO
O problema das relações entre razão e revelação é um dos mais importantes para a teologia cristã. A discussão envolve tanto definições teológicas sobre a natureza da revelação como o posicionamento com respeito ao verdadeiro lugar da filosofia neste mundo de Deus e suas implicações se estendem não só às definições dogmáticas da igreja, mas até nossa práxis cristã e nossa visão a respeito da cultura humana.
A fé e a razão descrevem processos cognitivos, sendo propriamente um problema epistemológico. A fé cristã exige uma epistemologia revelacionista (revelação domina sobre a razão) e portando uma filosofia fundamentada e orientada pela fé.
1. Abordagens para o Relacionamento entre Fé e a Razão
Tanto a razão como a fé são, de modos diferentes meios de cognição. O problema das relações entre ambos é, portanto um problema epistemológico, e como tal, potencialmente o problema básico para a filosofia e para a teologia, devido ao seu poder de determinar o estatuto teórico de toda a reflexão.
Podemos dividir as soluções em cinco abordagens principais:
1) Alguns pensadores defenderam que a razão tem certa utilidade no trato com a realidade imediata, mas é absolutamente incapaz de perscrutar a verdade divina. Ela não pode provar a existência de Deus, ou a revelação de nenhum modo, nem pode compreender o Deus que se revela, devido à sua transcendência.
2) No extremo oposto se encontram os racionalistas, que afirmam a capacidade da razão humana para descobrir qualquer coisa. Alguns racionalistas negaram a própria realidade da revelação, enquanto outros admitiram a revelação, mas postularam que toda e qualquer definição de religião fosse mantida dentro dos limites da razão. Essa abordagem levou à negação do sobrenatural e a um dogmatismo naturalista, como temos, por exemplo, o filosofo judeu Spinoza.
3) Uma terceira corrente defendeu o lugar da revelação – sob a razão! Trata-se de uma abordagem que se desenvolveu dentro do